Reflexões em torno de ser pai e mãe no Século XXI
Publicado por Carlos Ramos em
O nascimento de um filho é considerado como um momento de crise na vida familiar, caracterizado pela realização de um movimento centrípeto e que implica mudanças individuais, conjugais, familiares, sociais, profissionais e económicas.
Mas pais e mães sofrem reorganizações distintas na parentalidade, muitas vezes relacionadas com papéis de género e sociais que lhes são diferenciadamente associados. A verdade é que, com as alterações sociais, económicas e culturais, através da maior igualdade entre sexos, da participação crescente da mulher no mundo do trabalho e da valorização do papel do pai homem, tem-se contribuído para a aceitação da ideia de o pai ser um prestador de cuidados tão bom e responsável quanto a mãe. Não esqueçamos a entrada massiva das mulheres em esferas tradicionalmente masculinas, como o sistema de ensino e o mercado de trabalho, que se tornou numa das mudanças mais características desde o 25 de Abril no nosso país.
Este movimento de conquista feminina da esfera pública tem mantido o seu incremento, fazendo-se acompanhar por uma entrada masculina na esfera da vida privada mais gradual. Cada vez mais são os pais homens os encarregados de educação, são eles quem leva e vai buscar os filhos à escola e quem acompanha na realização dos trabalhos de casa.
Mas esta transição não é ainda tão pacífica quanto se esperaria no século XXI. Apesar da nova definição de pai e paternidade, existem ainda algumas barreiras à assunção plena deste papel, nomeadamente com as famílias de origem, com a vida profissional e com a relação conjugal, havendo ainda uma ideia generalizada de que o pai tem como principal tarefa dar resposta às exigências instrumentais (focando-se mais na carreira profissional) e a mãe é a principal cuidadora dos filhos.
De uma coisa estamos certos, nenhuma destas perspetivas deve ser levada a cabo de forma rígida: cada vez mais vemos as mulheres a dedicarem-se de uma forma enfática às suas carreiras, com níveis elevados de satisfação e sentido de competência, e os homens mais preocupados com a educação e com o cuidar dos filhos. Os resultados das investigações mais recentes são reveladores: quanto mais envolvido for o pai e quanto mais pai e mãe funcionarem como uma verdadeira equipa no que à educação e bem-estar dos filhos diz respeito, mais certamente teremos crianças (futuros adultos) seguras, com papéis de género mais claros e com níveis de ajustamento psicológico mais positivos.
Vamos lá trabalhar em equipa?
Por Natália Antunes
Psicóloga Clínica - Oficina de Psicologia
Mas pais e mães sofrem reorganizações distintas na parentalidade, muitas vezes relacionadas com papéis de género e sociais que lhes são diferenciadamente associados. A verdade é que, com as alterações sociais, económicas e culturais, através da maior igualdade entre sexos, da participação crescente da mulher no mundo do trabalho e da valorização do papel do pai homem, tem-se contribuído para a aceitação da ideia de o pai ser um prestador de cuidados tão bom e responsável quanto a mãe. Não esqueçamos a entrada massiva das mulheres em esferas tradicionalmente masculinas, como o sistema de ensino e o mercado de trabalho, que se tornou numa das mudanças mais características desde o 25 de Abril no nosso país.
Este movimento de conquista feminina da esfera pública tem mantido o seu incremento, fazendo-se acompanhar por uma entrada masculina na esfera da vida privada mais gradual. Cada vez mais são os pais homens os encarregados de educação, são eles quem leva e vai buscar os filhos à escola e quem acompanha na realização dos trabalhos de casa.
Mas esta transição não é ainda tão pacífica quanto se esperaria no século XXI. Apesar da nova definição de pai e paternidade, existem ainda algumas barreiras à assunção plena deste papel, nomeadamente com as famílias de origem, com a vida profissional e com a relação conjugal, havendo ainda uma ideia generalizada de que o pai tem como principal tarefa dar resposta às exigências instrumentais (focando-se mais na carreira profissional) e a mãe é a principal cuidadora dos filhos.
De uma coisa estamos certos, nenhuma destas perspetivas deve ser levada a cabo de forma rígida: cada vez mais vemos as mulheres a dedicarem-se de uma forma enfática às suas carreiras, com níveis elevados de satisfação e sentido de competência, e os homens mais preocupados com a educação e com o cuidar dos filhos. Os resultados das investigações mais recentes são reveladores: quanto mais envolvido for o pai e quanto mais pai e mãe funcionarem como uma verdadeira equipa no que à educação e bem-estar dos filhos diz respeito, mais certamente teremos crianças (futuros adultos) seguras, com papéis de género mais claros e com níveis de ajustamento psicológico mais positivos.
Vamos lá trabalhar em equipa?
Por Natália Antunes
Psicóloga Clínica - Oficina de Psicologia
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